Tem certas coisas na vida que é difícil perdoar. Será?
Um acidente fatal de carro muda a vida de todos os envolvidos
Nesse filme um casal adorável que parece se amar e se completar e cujas famílias também parecem aprovar totalmente este casamento passam por uma situação que põe tudo a prova. O amor, a compaixão, a compreensão, e tudo parece se dissolver em razão de um acidente.
Na véspera do casamento, a noiva leva em seu carro a irmã do noivo, com seu marido, e se envolve num acidente quando uma retroescavadeira invade a pista.
A pergunta normal nessa situação seria sobre de quem seria a culpa, mas a resposta (o filme nos mostra isso) é o que menos importa.
A culpa de quem causou o acidente
De fato, o tempo passa, o casal se separa e a noiva passa a viver com a culpa de ter matado os dois passageiros, ainda que esta culpa não seja evidente. Numa espécie de autopunição ela se vicia em Oxycondin (veja nossa resenha sobre o filme O Império da Dor, se você ainda não sabe o que é esta droga), vira um zumbi em busca da droga inicialmente receitada pelos médicos enquanto se recuperava do acidente, e sua mãe fica perdida no meio dessa história, a tal ponto que chega mesmo a obter a droga para sua filha com pena dela, quando mais nenhum médico se dispõe a prescrever à ela este opioide.
Quem perdoa e quem é perdoado?
Um dia, ela resolve ir a um grupo de apoio e lá surpreendentemente encontra o pai de seu ex-noivo (Morgan Freeman), e tenta até desistir da ideia, mas ele então insiste para que ela fique e aí começa uma relação de amizade permeada pelo perdão e pelo autorreconhecimento.
A gente descobre depois que muito desta sua postura do pai se dá pela culpa por ele também carregada, porque era um alcoólatra e bateu muito no seu filho na infância ao ponto de lesionar sua audição, o que levou este último a não querer contato com ele, por não conseguir perdoá-lo.
Ensinamentos
Este filme, enfim, nos traz um grande ensinamento.
De fato, a gente se dá conta de que, na verdade, ninguém pode sair por aí dizendo “eu sou uma boa” e julgar o outro. Todos temos nossas imperfeições!
E é aceitando-as, reconhecendo-as, por mais difícil que seja, e conseguindo “baixar a guarda”, sendo mais compassivos que conseguiremos realmente nos ajudar também.