Como é ou deveria ser a vida afetiva de uma pessoa adulta com Transtorno Bipolar?
Este episódio específico da Série Modern Love nos ensina como pode ser difícil esta questão para uma mulher adulta.
1- A série:
Em realidade, deveríamos indicar cada episódio desta série que fala do amor, em todas as situações que se pode imaginar.
E quando se fala de amor na série, de regra o que se vê é, em muitos episódios encontros improváveis, caminhos do amor e o desencontro pelos mais variados motivos, ou mesmo o questionamento do luto, em alguns outros episódios.
O curioso é que, pelo menos a nosso ver, muitos dos casais retratados nos episódios parecem super familiares. Parece que você já conheceu um casal assim na sua vida, ou mesmo é um dos casais retratados. rsrsrs….
Mas um destes episódios nos chamou a atenção por sair do lugar comum e abordar a rotina de uma mulher adulta que sofre com Transtorno Bipolar.
2- O episódio 3:
Para aqueles que nem imaginam como este transtorno se manifesta e quais são os seus sintomas, vale a pena assistir o episódio 3 da Primeira Temporada, onde vemos a Anne Hathaway no papel de uma advogada brilhante que tem Transtorno Bipolar e que um dia conhece um rapaz num supermercado, quando estava numa fase eufórica e flerta com ele e o chama para sair.
O casal decide se encontrar e sair em uma “date” – como se diz lá pelas bandas dos EUA – mas ela sempre dá furo no pobre rapaz, porque infelizmente ela tem alternância de humores, chegando a ficar prostrada vários dias em sua fase mais depressiva, e em outras oportunidades, em sua fase maníaca “perde o tom” e é capaz, por exemplo, de ir ao supermercado com uma roupa de lantejoulas.
E tudo isso, vejam só, não é dividido com quase nenhuma pessoa conhecida. De fato, a maioria das pessoas do seu entorno não sabe de sua condição de saúde mental.
Esta realidade demonstra um fato que podemos perceber como muito frequente nas famílias TRIMS: o tabu, por incrível que pareça não é só externo. As próprias famílias têm dificuldades de lidar e compartilhar com outras pessoas suas condições especiais ou a de seus filhos. Não acham?
3- O fim:
O desfecho da história é que ela perde a possibilidade de ter uma relação afetiva com um rapaz legal, o qual, de quebra, sai de inúmeras tentativas de encontrá-la com a impressão de que foi usado. E ela, do seu lado, continua vivendo uma vida insuportavelmente solitária. Uma pena!
4- Derrubando tabus:
O episódio tem o grande mérito de desestigmatizar o Transtorno Bipolar, afastando a velha crença de que ser uma pessoa portadora de algum transtorno mental a torna incapaz de ter uma vida adulta produtiva e profissional e inclusive desejar ter uma vida afetiva e sexual, como qualquer pessoa típica.
5- Conclusão:
É preciso acabar com o estigma que cerca aqueles que têm qualquer transtorno mental. Como qualquer pessoa, o que, no fim, todos queremos é ter uma vida plena e produtiva, tendo próximo pessoas queridas e que nos queiram bem.
Muito bom o filme nos mostrar que enfim, todos têm direito a buscar isso!!