Neste filme que, em inglês, tem o título de Beautiful Boy (nome daquela música do John Lennon, lindíssima, dedicada a seu filho, que vale a pena ouvir de novo!!!) vemos na tela o relato de como uma família é devastada pelo vício em entorpecentes, de um filho adolescente.
No papel do pai, o autor Steve Carell, longe de seu usual papel cômico, mas igualmente brilhante, e no de filho, o jovem ator Timothee Chalamet, em uma atuação também maravilhosa.
Qual é a história?
Trata-se da história do jovem que começa cedo a usar anfetamina e depois se vicia em heroína. Como muitos devem saber, nos EUA, a adição em anfetamina é tão problemática que a questão já é tratada como uma epidemia.
Nem é preciso dizer o quanto é chocante ver como este jovem é destruído, em seu corpo e no seu espírito, com as drogas. E acredito até que este filme deveria ser apresentado a todos os adolescentes brasileiros, para que pudessem ver, por eles mesmos, como é esse perigoso caminho sem volta, autodestrutivo, cuja entrada pode se dar por uma simples inconsequência.
Além disso, é de cortar o coração ver como o pai se pergunta o porquê do seu filho ter enveredado por este caminho; se questiona sobre sua culpa e também o que poderia ter feito ou deixado de fazer para alterar a história
da vida de seu filho, sem obter respostas.
Vemos também como é difícil a tentativa deste pai de salvar a vida de seu filho, tirando-o do hospital depois de mais um episódio de overdose e ainda persistir acreditando no jovem, mesmo depois de tantas idas e vindas em instituições de reabilitação. E o que vemos, no fim, é que o insucesso prevalece mesmo que este pai mine a sua própria vida, ameaçando ainda a saúde mental de todos da família, de alguma forma.
Como a gente pode se enxergar nisso?
O aprendizado que também fica para o espectador é aquele trazido em uma das cenas finais do filme, na qual vários familiares de aditos se reúnem em um grupo de apoio e são apresentados a uma lição que permanece na minha memória até hoje, muito tempo após ter assistido ao filme, que é a seguinte:
- Eu não CAUSEI isso.
- Eu não posso CONTROLAR isso.
- Eu não posso CURAR isso.
Para questionar antes, durante e depois….
Parece, à primeira vista, uma lição de egoísmo, mas não é!
O que essas três regras pretendem traduzir é a realidade de que apesar do sofrimento dos pais; de eles carregarem alguma culpa, por acharem que poderiam ter feito diferente, em realidade, conseguir abandonar as drogas é uma decisão pessoal, difícil, que só cabe ao adito.
Por outro lado, a família também precisa estar atenta para preservar sua própria estrutura, para poder ajudar até onde for o seu limite.