À primeira vista, olhamos para a sinopse do filme na Netflix, e já dá uma preguiça danada de assistir, pois parece mais um daqueles com receitas de bem-viver, quando a vida da gente está um caos!

Mas não é! Acreditem! E ultrapassar essa desconfiança, nos traz uma interessante experiência quase filosófica.

Trata-se de um documentário do diretor norte-americano Tom Shadyac, que filmou blockbusters como “Ace Ventura” e o “Todo Poderoso”, mas que traz aqui um documentário que não tem nada de engraçadinho!

Após se envolver num acidente e sofrer uma concussão, o diretor passa a sofrer com uma condição mental chamada Síndrome da Pós-concussão, sofrendo com dores por meses, o que lhe faz repensar a vida, e trazer duas questões essenciais, que também me vêm à cabeça às vezes: “What’s wrong with our world? What can we do about it?” traduzindo: O que está errado com o nosso mundo? O que podemos fazer sobre isso?

Não há respostas únicas para essas perguntas, mas pelo menos para começar a organizar o nosso pensamento, o cinegrafista se vale de entrevistas a cientistas, psicólogos, poetas e as mais diferentes pessoas.

Em determinado ponto, um entrevistado chega até a fazer um paralelo da vida entre a sociedade e a natureza animal, trazendo a informação, que eu ignorava, de que nem todas as relações na natureza são só violência e sobrevivência. Há inclusive muitos exemplos de animais em cuja comunidade impera a cooperação.

Em seguida, um outro entrevistado se refere ao estudioso da cultura nativa nos EUA, Jack Davis, trazendo o instigante conceito de wetico, que é como os nativos norte-americanos veem a civilização ocidental. Ou seja, o canibal que não come carne, mas a vida do outro…

E há ainda espaço para relembrar os anos 80, com aquela cena antológica do Michael Douglas falando com a empáfia dos yuppies de então: “Greed is good!”.

Enfim, vale a pena pensar um pouco na vida partindo de ângulos diferentes, e esse filme pode ser um bom despertar.

Espero que gostem!!

Plataforma: Netflix