Minha atenção foi despertada por esse filme, porque sempre tive a curiosidade de saber o que acontece com uma pessoa quando ela fica em coma, e inicialmente, parecia ser este o tema tratado na película em questão, ainda que, cercado por um certo ar de fantasia, de surrealismo.
Porém, conforme as situações vão ocorrendo (sempre com a narração do próprio Louis, um menino super esperto, estranhamente cercado por acidentes desde quando era um bebê) vemos que a versão oficial é a de que ele vive sofrendo acidentes inexplicáveis, até quando ele cai de um penhasco ao fazer um picnic com seus pais, mas é resgatado, e entra em coma.
A versão real, porém, é outra.
Entra aí também em cena um médico especialista em coma, que se envolve com a mãe do menino, e a estória de vida do Louis começa a ser contada, por ele próprio.
Somos então levados a desconfiar do pai, que segundo a mãe teria abandonado a família, bebia e maltratava o menino, porém, uma cena do filme, do reencontro desse pai com sua antiga esposa nos faz mudar a lente.
Fato é que todos somos povoados por vieses inconscientes.
É muito natural aceitar a versão daquela mãe com o olhar angelical e cara de desamparada, mas aos poucos seu personagem é desvelado e aparece no filme o termo “Síndrome de Munchausen”.
Pessoalmente, jamais tinha ouvido esse termo antes, então para os que, como eu também não o conheciam, segue seu conceito (de forma bem superficial):
“A síndrome de Münchausen, também chamada de transtorno factício, trata-se de uma desordem psiquiátrica, na qual os indivíduos acometidos simulam estar enfermos ou com algum trauma psicológico para conquistarem atenção e simpatia dos que os cercam.Existem tipos distintos da síndrome. A síndrome de Munchausen by proxy (por procuração, significando este termo “por meio de um substituto”) é produzida pela insistência intencional de um indivíduo próximo (geralmente a mãe) de produzir sintomas em um alguém (geralmente o filho), desejando que o mesmo seja considerado doente, ou até mesmo provocando ativamente a enfermidade, colocando-o em risco e numa situação que necessita de investigação e tratamento”. (fonte: www.infoescola.com)
Ótimo também o papel do psicanalista que atende o menino por um tempo, mas é retirado do tratamento pela mãe.
É muito bom ver como um terapeuta tem o poder de enxergar um ser humano, nas entrelinhas, através da fala.
Se for para classificar o filme como drama, suspense ou outra coisa… bem… fico em dúvida. Eu só sei que é um ótimo filme despretensioso, para um fim de semana com uma pipoca à mão.
Espero que gostem.
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