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Precisamos falar sobre suicídio e como isto afeta a família que fica.

1- Falando sobre o suicídio juvenil

No mês de setembro, com a campanha “Setembro Amarelo” (campanha que tem por objetivo prevenir o aumento do número de suicídios, com a mensagem de “precisamos falar sobre isso) não poderíamos deixar de indicar este documentário que, em síntese, é a história de uma família inglesa, cujos membros têm que reaprender a conviver depois que Evelyn, o filho mais novo, um rapaz jovem de 17 anos, comete o suicídio. E não é difícil concluir que é muito doloroso este processo para os que ficam.

2- Como fica a família depois da morte do ente querido?

O interessante é que o diretor do documentário é um dos irmãos de Evelyn, que decidiu filmar sua história ao se dar conta de que ele não conseguia falar sobre o que acontecera com o seu irmão, nem mesmo com os seus familiares, ainda que ele mesmo fosse uma pessoa familiarizada com a morte e situações de tensão, pois se especializou em filmar em zonas de guerra e outras situações de conflito pelo mundo.

É um filme realmente denso que traz a história de Evelyn, que enquanto criança e até o início da adolescência, era uma pessoa cheia de alegria e de planos, queria ser médico e até chegou a ir à faculdade. Porém, a partir de algum momento próximo aos seus 17 anos, ele foi mudando seu comportamento, se tornando mais triste e aí teve o primeiro diagnóstico de depressão que depois foi mudado para esquizofrenia.

O relato da mãe é devastador, principalmente quando ela começa a explicar como lidou com o fato de Evelyn, na adolescência, ter entrado num processo de depressão muito agudo e muito frequentemente avisar que iria se matar.

Trata-se de uma vivência única. É uma mãe que fala como foi duro para ela lidar com os estados depressivos de seu filho.

Os irmãos, por sua vez, durante as filmagens, também conseguem enfim verbalizar como o suicídio os afetou, cada um a sua maneira, e não há como permanecer impassível vendo seus relatos.

3- A cura do luto

Junto à proposta de mostrar como cada membro da família foi afetado pelo evento, há uma proposta de juntar, pelo caminho, os amigos de Evelyn e a família nas trilhas que no passado fez com o filho falecido. E aí temos paisagens paradisíacas nas altas montanhas e penhascos ingleses, que são percorridos, funcionando a experiência do caminho e da fala como um grande processo curativo.

De fato, durante o percurso, a família se depara com pessoas nas mais diferentes localidades e com eles conseguem, enfim, comentar que estão fazendo aquele caminho porque seu filho e irmão havia suicidado, e é impressionante observar quantas pessoas lhes dizem que teriam passado pelo mesmo evento traumático com um parente.

4- Toda a sociedade está implicada nesta causa

Enfim, não é um filme fácil de ver, é pesado, mas ensina, através de uma história tocante, que ainda que esta não seja a sua realidade, talvez ao seu redor haja pessoas que podem estar precisando falar sobre a depressão e a melancolia que estão sentindo e não estejam sendo acolhidas como necessário. 

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