Este é um dos melhores filmes que já vi, na vida, sobre o tema “envelhecimento”.
Primeiro porque não trata Ella e John, o casal de idosos protagonistas, como se fossem apatetados que não sabem o que querem da vida, ou pior, como seres tutelados por filhos, e sim seres humanos com suas questões peculiares e com desejos a serem realizados.
Trata-se de um casal (Donald Sutherland e Ellen Mirren) que decide sair viajando em seu trailer pelos Estados Unidos, em uma viagem para relembrar os tempos em que assim faziam com toda a família.
Ella é a força do casal e cuida de seu marido, John, que foi um professor universitário, mas que sofre com os efeitos do Mal de Alzheimer que aos poucos vai lhe tirando a memória, a orientação e mesmo a consciência de quem é a sua esposa. E para ela, esta é a parte mais difícil de lidar.
No decorrer da estória, vamos aprendendo o que significa cuidar de um ente querido com Alzheimer e quais são as dores, frustrações e decisões a serem tomadas pelos que o acompanham na vida.
Pode-se ver que, para a pessoa que se torna cuidadora, a tarefa é quase desumana. E para Ella, é mais dolorosa ainda, porque além dela mesmo estar sofrendo com um câncer terminal, ela vê aos poucos que está perdendo aquele que era o grande amor de sua vida, seu companheiro e amigo. E é muito duro mesmo ver como John vai “se afastando de si” com a progressão da doença.
Mas o filme não é tristeza só! Há cenas engraçadíssimas, na estrada, com as trapalhadas dos dois, personagens que encontram, suas DRs e também as reações dos filhos do casal com a decisão da viagem.
Dá para rir muito! E há, por fim, um final surpreendente.
Enfim, temos um enredo que não é só lágrimas.
De qualquer forma, o questionamento que resta, ao final do filme, é se estamos também olhando para nossos entes queridos que chegaram à velhice, da melhor forma possível.