1 – Não existem famílias perfeitas
Helen tem uma vida aparentemente perfeita, um marido carinhoso, uma linda filha, uma linda casa, amigos dos quais gosta e é uma ótima musicista que leciona em uma universidade local.
Tudo parece perfeito até o dia em que a depressão começa a entrar em sua vida, sorrateiramente. (descobre-se depois que é uma recaída)
2 – A depressão é uma visita indesejada que chega de mansinho
A depressão reaparece em sua vida, de forma repentina, sem aviso, e com seus tentáculos invade a sua rotina.
Assim é que um dia, enquanto Helen está correndo, a depressão a domina e “escancara as portas” do seu dia, e aí ela não consegue fazer mais literalmente nada. Nem sair da cama. E ninguém à sua volta conseque entender e aceitar o porquê, por mais que a amem.
Aliás, a dificuldade de sair da cama, por não conseguir achar um motivo para acordar, é relatada por muitos dos pacientes com depressão, e não se confunde com a tristeza, como muitos imaginam.
Eu já passei por isso, e posso dizer que é como estar chumbada à cama, sem um impulso mínimo para sair dali e tomar um café. Nada importa.
Podemos ficar tristes em razão de um evento, mas a depressão é outra coisa. Ela é invasiva e toma o ser. É paralisante. E não é preciso um fato especifico para que ela se manifeste.
3-Sobre come escutar ativamente uma pessoa com depressão
Quando Helen encontra uma aluna que também sofre de depressão, além de outros transtornos como a automutilação, as duas se ajudam e é nesta relação que vemos diálogos que realmente traduzem o sentimento das pessoas que sofrem com depressão. E este talvez seja o grande aprendizado do filme: estas personagens
traduzem para os outros o que as pessoas que sofrem de depressão talvez não consigam verbalizar sobre seus sofrimentos.
A amiga de Helen se refere então aos piores conselhos já recebidos em sua vida sobre sua condição, e que são:
- Tire umas férias
- Leia um livro
- Corte o cabelo
- Redecore a casa
- Faça yoga
Eu acho que todos estes conselhos partem do pressuposto de que a pessoa está precisando ocupar a cabeça e melhorar a autoestima, quando na realidade a questão é outra: o cansaço e a ausência total de vontade de fazer, ou pensar em fazer qualquer coisa, que não significa em nenhum momento preguiça. Só quem já passou por isso
sabe.
Que tal, ao invés disso, propor:
- Vamos dar uma andada no quarteirão?
- Te trouxe uma caixa de bombom. Deixei na portaria, viu?
- Quer assistir a um filme comigo? Depois te deixo em casa.
- Liguei só para dizer que, se você precisar de algo, ou quiser
falar comigo, estou aqui
Entendeu..??? Se fazer presente sem ser invasivo #ficaadica.
É algo enfim sobre estar presente, atento e oferecer ajuda de preferência sem falar muito, ou perguntar “O que você está sentindo?” ok?
Deixe a pessoa ir no seu ritmo e ter espaço para se reerguer com ajuda de um psiquiatra ou psicólogo, com remédio ou não. Como amigo/a, esposo/a ou parente, o melhor a fazer é estar perto, porém sem sufocar.
Respostas de 2
Bom seria que muitas pessoas lessem este seu texto E PASSASSEM A MUDAR SUAS POSTURAS diante de pessoas com sinais de depressão. O tipo de apoio proposto é super importante e pode operar milagres.
Nós, na CamposHumanas acreditamos nisso: pequenos gestos que fazem grandes diferenças para as pessoas…