A minissérie da Netflix que aborda a violência contra a mulher de uma forma única.
Todo mundo está incensando esta minissérie, e ela, de fato, merece!
A minissérie Maid de 10 episódios da Netflix que aborda a violência contra a mulher tem um “plus” ao tratar deste tema.
1 – A violência psicológica que as vítimas às vezes demoram a perceber que não é uma coisa normal
É claro que está ali a questão que a gente costuma debater sobre o que significa a violência contra a mulher.
Não se trata somente de violência física, mas de subjugação por meio de atitudes às vezes difíceis de enxergar. É o caso, por exemplo do controle emocional ou financeiro, esvaziando todas as defesas e mesmo a vontade da mulher.
Está ali também, como não poderia deixar de ser, a questão que é um mistério sobre a razão de muitas mulheres procurarem ajuda, conseguirem se erguer e depois voltarem à mesma relação abusiva.
Neste aspecto, a história é muito bem contada, porque não fornece uma resposta única mesmo. Muita coisa explica esta dependência afetiva.
2 – Os modelos repelidos, mas repetidos
Mas os diversos episódios também chamam muito a atenção pelo questionamento paralelo que é o de saber porque Sean, o companheiro de Alex (a protagonista, que foge de casa com a sua filha pequena, basicamente só com a roupa do corpo) chega a este modelo de comportamento como se fosse normal e justificável.
É certo que ele bebe muito. É alcoólatra e reconhece isso no filme o tempo todo. Chega inclusive a querer utilizar o fato de frequentar o AA como “moeda de troca” para que sua mulher volte.
Não é só isso porém.
No decorrer da história, a gente descobre que ele repete um comportamento que já é usual da sua família. Sua mãe também é alcóolatra. E o fato é que é muito difícil a gente fugir do modelo que a gente sabe e viveu na infância. Muita gente falha. E o alcoolismo é uma doença, daí porque não podemos cair na conclusão simplista de que o marido é o mauzinho da história e ponto final.
3 – 0 renascimento de uma mulher
Por outro lado, ainda que possa entender a razão de ser das ações do seu companheiro, a Alex, em realidade, só se liberta quando entende, que mesmo compreendendo o problema dele, ela merece respeito, ser feliz, viver sem violência e criar sua filha num ambiente sadio.
Esse foi o ponto de virada da protagonista. E é realmente emocionante ver esta mulher desabrochando, aprendendo a ser ela mesmo e indo para a faculdade para enfim batalhar por uma carreira e sucesso profissional, após vencer a violência, a fome e desalento.
Não dá para parar!!
Prestem também atenção na personagem Regina, mulher riquíssima em cuja casa Alex começa a fazer faxina e que vem a ser um personagem que irá lhe ajudar muito.
Vejam o que é o desespero de ser mãe sem estar preparada para isso, afinal ninguém tem esse manual pronto, né?
Imperdível….. Vale a maratona de um dia ficando até duas da manhã vendo todos os dez episódios, mesmo porque é magnético.
Não dá para parar!!