Neste filme que retrata um típico norte-americano falido, que vai de subemprego a subemprego e cheio de problemas, Matt Damon é Bill, o pai de Allyson (Abigail Breslin, aquela menina bonitinha do filme “A Pequena Miss Sunshine” que virou adulta).
1- A história do pai e da filha:
Bill é um trabalhador não qualificado que tem uma vida medíocre e que todo ano vai visitar a filha na cadeia na França, pegando dinheiro emprestado. Ela, por sua vez, jura inocência de um crime, que no início se ignora qual é, e pede para contatar uma advogada que tem como tirá-la da cadeia.
Observa-se que o sistema de justiça francês simplesmente a ignora, razão pela qual o pai vai investigar os fatos por conta própria no submundo de Marseille, que não é muito diferente do que conhecemos no Brasil, por incrível que pareça.
Vale registrar, neste ponto, que o filme não é aquele típico filme norte-americano que traz um herói que vence tudo e todos. Muito pelo contrário!
2- Allyson é inocente ?
A partir daí então descobrimos que Allyson é acusada de ter matado sua namorada Lina e o pai vai então à busca de um homem que estaria numa festa com ambas no dia do assassinato.
Aos poucos esse pai vai descobrir a verdade. E ela o surpreende e machuca, pois de fato sua filha não é inocente. Matar ou mandar dar “um susto” em alguém e as coisas darem errado são ambos crimes.
3- O afeto parental
Este pai então vai tendo que se adaptar com outra imagem da filha, mas o afeto por ela nunca é perdido. Esse é o lado bonito do filme.
4- O que é o preconceito?
Por outro lado, a película traz uma visão de como funcionam preconceitos.
Ao chegar a Marseille, o personagem se envolve com uma mulher que tem uma filha pequena que fica encantada com Billy. O casal se envolve e ele passa a residir com elas.
Então é nesse contexto que temos a conversa da mulher com quem ele está se relacionando com uma amiga, as quais rindo entre si falam “ele só pode ser daqueles” sacando um “Você votou no Trump?” E ele diz: “Não, eu não fui votar”.
A resposta é ótima, porque mostra simplesmente que ele é uma pessoa como tantas outras, que está apenas sobrevivendo e tentando passar, da melhor forma possível, pelos seus desafios, enquanto há outras que apenas se alimentam de uma bipolaridade política que não traduz o que uma pessoa vive e nem governa o destino de ninguém! E mais, quando ele vai buscar o preço de algo, dão um valor alto porque “americano é rico” quando a gente sabe que essa realidade está muito longe de uma grande parcela dos norte-americanos que morrem de tanto trabalhar sem direito a sábados e domingos e mal conseguem se virar.
5- O Aprendizado do espectador:
O filme é uma advertência sobre como devemos tomar cuidado com todos os nossos pré-julgamentos.
E enfim sobre como ser pai e mãe as vezes nos cega sobre quem realmente são os filhos que criamos e que passam a fazem suas próprias escolhas em algum momento da vida.
Ótimo filme!